Nas quatro edições já realizadas, entre 2010 e 2017, do Congresso Internacional da Habitação no Espaço Lusófono – CIHEL – sempre se defendeu que a qualidade e o bem-estar habitacionais dependem de aspetos quantitativos e qualitativos, aplicados ao espaço doméstico, à vizinhança, ao espaço público, à  cidade e ao território onde esta se insere. Uma reflexão importante quando as carências habitacionais e urbanísticas continuam críticas no conjunto de países que partilham a quinta língua mais falada no mundo.

Vamos então aproveitar esta importante base cultural para divulgar, discutir e trocar experiências e casos de referência residenciais e urbanos, com destaque para a, sempre, urgente e sensível promoção de habitação de interesse social.

Importa, também, lembrar o que aprendemos no desenvolvimento de habitação de interesse social ao longo de cerca de um século de promoção, marcada por bons e maus exemplos, e, mais recentemente, em Portugal, durante cerca de 30 anos de dinâmica habitacional municipal, cooperativa e privada que nos deixou um excelente e recente conjunto de casos de referência habitacional e urbana. Se juntarmos a estas matérias a questão, atualmente urgente, do desenvolvimento de soluções dinamizadas de promoção, projeto e construção habitacional com qualidade e custos controlados, então estamos exatamente focados no tema do nosso novo 5.º CIHEL, que é: Fazer Habitação.

O cíclico problema da habitação está, novamente, a marcar a atualidade, em termos gerais, incluindo aspetos de localização e de gestão adequadas, e, especificamente, em termos da falta de habitação com qualidade global e custos controlados, respeitando objetivos de qualidade arquitetónica e construtiva no edificado e seus espaços urbanos de vizinhança e de adequação a diversos modos de vida e níveis de rendimento – objetivos estes que provaram ser essenciais nas últimas décadas de promoção de habitação de interesse social – enquanto, e cumulativamente, temos, agora, também que cumprir objetivos vitais de sustentabilidade ambiental.
Fazer habitação em quantidade e com qualidade, hoje em dia, é, por um lado, um processo complexo, em termos do respetivo  conjunto de regras promocionais e de projeto, mas um processo que tem de encontrar, urgentemente, medidas de enquadramento e práticas expeditas entre as quais se destacam novos modelos promocionais e participativos, renovados objetivos em termos de qualidade arquitetónica, e eficácia no uso dos novos processos de conceção informatizados e das novas e mais comprovadas soluções construtivas.

Sumariza-se, assim, o que julgamos ser uma evidente oportunidade para a abordagem do tema geral "Fazer Habitação” neste 5.º CIHEL, sublinhando-se o papel estruturante que a Ordem dos Engenheiros (OE) e a Ordem dos Arquitectos, assim como um conjunto de importantes entidades, que integram o grupo base de promoção deste 5ª CIHEL (em breve divulgadas), têm na realização deste novo Congresso Internacional da Habitação no Espaço Lusófono. Importa, ainda, registar que os congressos CIHEL sempre foram iniciados no âmbito do Grupo Habitar – Associação Portuguesa para a Promoção da Qualidade Habitacional (associação técnica e científica sem fins lucrativos).


O 5CIHEL2024 irá abordar os temas indicados abaixo, através dos quais se pretende contribuir para a resolução do problema da reduzida quantidade e qualidade da habitação disponível nos nossos países:

Direção de Relações Externas
E-mail: secretariado@5cihel2024.org